Typicality and Tradition

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The traditional cuisine of Nazaré is characterized by fish and shellfish dishes of several species and preparation manners.

The “Caldeirada” (fish stew), the grilled fresh fish (sardines, horse mackerels, golden-breams and rock basses, etc.), the “Massa de Peixe” (sort of fish soup with small noodles) with rock bass or seabream, are the most emblematic specialities.

The gastronomic offer also includes dishes like “Arroz de Marisco” (shellfish rice), “Açorda de Marisco” (shellfish bread panada), “Arroz de Tamboril” (monkfish rice) and Cataplanas (with fish or/and shellfish), among others; shellfish like cockles, clams, shrimps and spider crabs are part of the specialities. All of these delicacies can and should be enjoyed in one of the many restaurants in the village.

Difficult to find in restaurants, but much appreciated and known to everyone is sun-dried fish: horse-mackerel and sardines, octopus and dogfish, among others – half-dried (enjoados) or dried; it can be purchased for consumption at home, on the Marginal, in front of the Cultural Centre, in the "Drying Ground"(Estendal), part of the Sun-dried Fish Museum – Living Museum.

Támares, Sardines (sweets) and Nazarenos are the most important sweet pastries that can be tasted in the many confectioners and pastry-shops of Nazaré.

Folclore

A originalidade do folclore da Nazaré advém, sobretudo, do forte e bem marcado carácter dos nazarenos. Dançam o vira – que sendo de origem nortenha ganhou aqui movimentos e características rítmicas únicas – bem como o corridinho (vindo do Algarve e transformado ao ritmo dos nazarenos), com tanta energia que deixa bailadores e assistência sem fôlego. Dançam e cantam ao mesmo tempo, sem coro ou música gravada, com alegria e graciosidade. Um “bailado” de ritmo e cor. Dançam descalços, como dançavam, na praia, pescadores e peixeiras, ao som dos rudimentares instrumentos usados nas festas da classe piscatória – que à falta de melhor, tocavam com duas pinhas, uma garrafa com garfos e um cântaro de barro batido com um abanador – aos quais, posteriormente, foram juntando o harmónio, a concertina (e depois o acordeão) e o clarinete, que a tocata utiliza. As letras e músicas do folclore nazareno reflectem a forte ligação desta gente ao mar e à faina da pesca, gente esta que vivendo quase sempre na incerteza do futuro, têm a capacidade de viver com um sorriso nos lábios, desafiando as reviravoltas da vida.

Traditional Costume

Marca cultural de um povo e da sua forma de estar, o traje ilustra, na Nazaré, a vivência do mar e da pesca. Funcional e prático ou harmonioso e elaborado, o modo de vestir reflete a personalidade dos nazarenos. Adaptado ao longo dos anos, não só às necessidades da vida e da faina, mas também às tendências da moda (altura das saias, tecidos e padrões), sobretudo o traje feminino, que ainda hoje continua a ser bastante usado no dia-a-dia desta terra, nomeadamente pelas senhoras de mais idade, estado por isso longe de ser uma peça museológica. O traje do pescador era adaptado às condições da vida marítima, oferecendo liberdade de movimentos, sendo simultaneamente leve e agasalhador. Os tecidos mais comuns para a confeção das camisetas e ceroulas que usavam, eram o escocês, a caxemira axadrezada e o surrobeco. Para completar o traje usavam barrete preto de lã e cinta preta enrolada à volta da cintura. Nem as ceroulas nem as camisas tinham bolsos e os objetos pessoais eram guardados no barrete. Normalmente o pescador andava descalço. Na voragem do tempo o traje masculino deixou de ser usado, sendo apenas na época de Carnaval que as denominadas “camisas à pescador” voltam a ser usadas. Atualmente são os grupos folclóricos da vila que nos dão a conhecer este traje. De trabalho ou de festa, o traje reflete não só a forte personalidade das nazarenas, mas adapta-se também à sua lida diária – amanho, venda e seca de peixe. É por isso prático, funcional e protetor do frio e da maresia, permitindo-lhes movimentos desembaraçados, mas mantendo-as sempre compostas. No traje de trabalho as mulheres usam saia de baixo branca, por cima desta 2 ou 3 saias de flanela colorida caseadas a lã; algibeira; saia de cima de caxemira ou terilene; avental de cor escura e com bolsos; casaco ou blusa simples; cachené; xaile traçado e chinelas. Nos dias de festa e dias santos a nazarena mostra toda a sua graciosidade e elegância, bem como a riqueza da família. Usa saia de baixo branca, por cima várias saias de tecido claro debruadas a crochet de várias cores (as famosas 7 saias), cobrindo-as a saia de cima de escocês ou terilene plissada ou de chita azul com barra de veludo preto; rematando o conjunto, o avental de cetim artisticamente bordado; blusa florida com mangas de renda ou casaco de veludo bordado na gola e nos punhos; cachené (lenço); capa preta; chinelas de verniz; cordão e brincos à rainha ou argolas de ouro.

As 7 Saias

As sete saias fazem parte da tradição, do mito e das lendas desta terra tão intimamente ligada ao mar. Diz o povo que representam as sete virtudes; os sete dias da semana; as sete cores do arco-íris; as sete ondas do mar, entre outras atribuições bíblicas, míticas e mágicas que envolvem o número sete. A sua origem não é de simples explicação e a opinião dos estudiosos e conhecedores da matéria sobre o uso de sete saias não é coincidente nem conclusiva. No entanto, num ponto todos parecem estar de acordo: as várias saias (sete ou não) da mulher da Nazaré estão sempre relacionadas com a vida do mar. As nazarenas tinham o hábito de esperar os maridos e filhos, da volta da pesca, na praia, sentadas no areal, passando aí muitas horas de vigília. Usavam as várias saias para se cobrirem, as de cima para protegerem a cabeça e ombros do frio e da maresia e as restantes a taparem as pernas, estando desse modo sempre “compostas”. A introdução do uso das sete saias foi feito, segundo uns, pelo Rancho Folclórico Tá-Mar nos anos 30/40, segundo outros pelo comércio local no anos 50/60 e ainda de acordo com outras opiniões as mulheres usariam sete saias para as ajudar a contar as ondas do mar (isto porque “ o barco só encalhava quando viesse raso, ora as mulheres sabiam que de sete em sete ondas alterosas o mar acalmava; para não se enganarem nas contas elas desfiavam as saias e quando chegavam à última, vinha o raso e o barco encalhava”). O uso de várias saias pelas mulheres da Nazaré também está ligado a razões estéticas e de beleza e harmonia das linhas femininas – cintura fina e ancas arredondadas, (esta poderá ser também uma reminiscência do traje feminino de setecentos que as damas da corte usavam – anquinhas e mangas de renda – e que pavoneavam aquando das visitas ao Santuário da Senhora da Nazaré), podendo as mulheres usarem 7, 8, 9 ou mais saias de acordo com a sua própria silhueta. Certo é que a mulher foi adoptando o uso das sete saias nos dias de festa e a tradição começou e continua até ao presente. No entanto, no traje de trabalho são usadas, normalmente, um menor número de saias (3 a 5).

O artesanato nazareno evidencia a ligação desta terra ao mar, por isso mesmo são as miniaturas dos típicos barcos e das bonecas que mais se destacam. Pequenos barcos, em madeira ou cerâmica, reproduzem, por vezes à escala, os batéis que noutros tempos foram a vida desta praia. Também as pequenas bonecas, vestidas com o traje de festa ou de trabalho das mulheres da Nazaré e os mini pescadores, de barrete e ceroulas, fazem as delícias de miúdos e graúdos. As redes, de vários tamanhos, feitios e para diversos usos – decorativo e/ou utilitário – fazem parte dos trabalhos manuais dos pescadores nazarenos. Terra de artistas e hábeis artesãos, facilmente se encontram quadros a óleo e aguarela retratando a vivência e as paisagens do nosso litoral, bem como a arte (nós) de marinheiro. No concelho, em Valado dos Frades, destacam-se as artes decorativas ligadas à cerâmica, porcelana e faiança (com peças de decoração e utilitárias – algumas pintadas manualmente). Em Famalicão, são os trabalhos de cestaria, em vime e palha de bunho, que podemos admirar.

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